sexta-feira, 19 de julho de 2013

A Alfredo da Costa não fecha! - vitória da saúde em Portugal


Fachada principal da MAC
Portugal está classificado pela OMS, organização que gere os programas mundiais de saúde,  entre os dez países com melhor saúde neonatal, em função dos dados demográficos e de saúde obtidos.

Fruto de prolongados programas de vacinação, de campanhas de prevenção, da melhoria das condições de vida e de educação, mas fruto também muito da melhoria das maternidades, serviços de obstetrícia e pediatria do Serviço Nacional de Saúde público.

A primeira verdadeira maternidade portuguesa foi a maternidade Alfredo da Costa (MAC), cujo nome é uma homenagem ao pioneiro da obstetrícia em Portugal, fundador do primeiro serviço autónomo, após um texto do século XIX onde verberava energicamente a degradante situação das enfermarias onde se misturavam doenças contagiosas e outras, até do foro psiquiátrico, e as mães davam à luz por entre gritos das doentes e o ar fétido dos antigos hospitais.

Com o tempo, a MAC modernizou-se, tornando-se numa maternidade de referência nacional e internacional. Os meus dois netos ali nasceram, por opção dos pais, que têm muito mais confiança na velha maternidade pública do que numa privada, mesmo tendo nesta o custo pago pelo seguro, quarto privativo e todas as modernices, mas onde a parturiente  seria "persuadida" a fazer cesariana e em caso de complicação, transferida para um hospital público porque os privados não estão para custear todas as especialidades que essas situações exigem operacionais 24 horas por dia.

O atual governo tomou a gravissima decisão de fechar a MAC alegando  critérios de poupança economicistas que nunca demonstrou. Porque não há nada mais caro do que a perda de vidas ou as sequelas para toda a vida, motivadas por cuidados  negligentes. Prometia também vir a reintegrar os serviços da MAC num futuro novo hospital de Lisboa, de que nem sequer iniciou a construção!

Agora, o tribunal Administrativo de Lisboa decidiu acatar a providência cautelar entregue por um movimento cívico de apoio à maternidade Alfredo da Costa.

É uma vitória parcial, mas muito importante para a saúde neonatal, e sobretudo para a sanidade mental de Portugal - tal o absurdo da decisão que felizmente foi agora anulada.




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